História

Nossa história

Tudo começou há mais de 30 anos, em 1994, quando Fernando Oliveira Silva, um dos nossos fundadores, chegou a Cananeia (SP), uma pequena cidade que revelaria um novo propósito em sua vida. Na época, ainda estudante de Ciências Biológicas, ele teve a oportunidade de acompanhar uma saída de campo para estudar o comportamento noturno dos botos-cinza (Sotalia guianensis) na região do Lagamar, o que o encantou profundamente, selando seu destino com a riqueza natural e cultural deste local.

Em 1997, a iniciativa de Fernando de organizar uma saída de campo com estudantes universitários para observar os botos na natureza obteve sucesso imediato. Essa experiência o inspirou a transformar a viagem num curso teórico-prático pioneiro, atraindo mais de 5.000 estudantes brasileiros e estrangeiros, entre os anos de 1998 e 2010. Esse foi um dos principais pilares para a criação do Instituto de Pesquisas Cananeia (IPeC), uma organização social ambientalista criada naquele mesmo ano, que, a partir de então, intensificou seus estudos científicos na região, começando a entrelaçar-se com ações educacionais e culturais.

Fernando observando botos na Comunidade Caiçara do Itacuruça. © Acervo PdC

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Os botos do Lagamar. © Vinicius Fonseca

Ciência, Educação e Cultura

Um marco fundamental em nossa trajetória 1998, com a criação dos projetos “Educar Recriança” e “Vivendo Arte e Cultura”. Essas iniciativas representaram um passo significativo na interseção entre educação, cultura e meio ambiente, solidificando nossa abordagem integral nas comunidades locais.

O reconhecimento oficial do nosso trabalho veio em 2005, quando o Ministério da Cultura (MinC), através do “Edital Pontos de Cultura”, certificou a relevância de nossas atividades. Essa validação foi crucial para o planejamento de ações futuras. Paralelamente, em 2005, parceiros locais, com apoio dos Ministérios do Meio Ambiente e da Educação, criaram a Sala Verde Cananeia, o Coletivo Jovem Caiçara e o Coletivo Educador do Lagamar. Unimos essas iniciativas, formando um espaço democrático e colaborativo, impulsionado pela participação cidadã.

Primeira sede: importante espaço de incubação de grupos e coletivos culturais em Cananeia. © Acervo PdC

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Sala Verde Cananeia e o Coletivo Jovem Caiçara: parceiros estratégicos entre 2005 e 2010. © Acervo PdC

Reconhecimento nacional e internacional

Entre 2005 e 2008, a pujança de nossa atuação em Cananeia foi documentada em um vídeo educomunicativo, incentivado pelo Ministério do Meio Ambiente, que destacou as ações colaborativas entre os diversos grupos e espaços educadores. Este vídeo foi inclusive apresentado em uma reunião da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) em Angola, em 2008. Contribuímos significativamente com a publicação do livro “Saberes Caiçaras – a cultura caiçara na história de Cananeia” e do vídeo documentário “Saberes Caiçaras – a reinvenção da cultura caiçara em Cananeia”. Nosso trabalho coletivo foi honrado com o Prêmio Culturas Populares 2007 – Mestre Duda, do Ministério da Cultura, e em 2008, recebemos a indicação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) para replicação como ações de referência no processo de Registro do Fandango Caiçara como Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro.

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Personalidade jurídica

Apesar dos desafios, como a perda do espaço físico e de membros da equipe entre 2010 e 2012, nosso propósito permaneceu inabalável. Em 2013, tomamos uma decisão crucial: formalizar a Associação Ponto de Cultura Caiçaras. Esta nova fase nos uniu a estudantes, pesquisadores, educadores e lideranças de povos indígenas Guarani M’Bya e de comunidades tradicionais caiçaras e quilombolas.

Nos anos seguintes, continuamos a consolidar nossos programas, com destaque para a realização em 2015 da 1ª Festa do Fandango Caiçara de Cananeia. Em 2017, a cogestão do projeto “Ô de Casa: mobilização, articulação e salvaguarda do Fandango Caiçara”, em parceria com a Associação de Cultura Popular Mandicuera, e com apoio do IPHAN, possibilitou a realização da 2ª Festa do Fandango Caiçara de Cananeia que contou com a presença de fandangueiras e fandangueiros das cidades de Paranaguá (PR), Guaraqueçaba (PR), Iguape (SP), Peruíbe (SP), Ubatuba (SP) e Paraty (RJ).

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Equipe de produção da 1ª Festa do Fandango Caiçara. © Acervo PdC

Transformação e novos caminhos

Entre 2018 e 2019, expandimos nossa atuação para incluir as comunidades indígenas Guarani M’Bya, enriquecendo nosso ciclo de aprendizagem. Reforçamos nossa participação no Comitê de Salvaguarda do Fandango Caiçara, vinculado ao IPHAN.

Em 2020, um marco importante foi a aceleração social pelo Instituto Legado de Empreendedorismo Socioambiental. Este processo nos levou a redesenhar nosso propósito e a adotar o nome oficial de Associação Ponto de Cultura Povos da Mata Atlântica. Essa mudança refletiu nossa homenagem a todos os povos que vivem neste importante bioma e a nossa visão estratégica alinhada ao desenvolvimento territorial sustentável.

Em 2021, participamos do programa FuturAção do Instituto Espírita de Educação (IEE), que possibilitou o fortalecimento da gestão e diversificação as fontes de recursos financeiro. No mesmo ano, realizamos os projetos como “Amanhece! Patrimônio, Memória e História do Fandango Caiçara em Cananeia” e “M’Bya Teko Jexauka – Divulgando a Cultura Guarani M’Bya”, que resultaram em publicações e registros musicais acessíveis online. Também obtivemos recursos financeiros para impulsionar o programa Caiçaras HackLab – Laboratório de Inovação Cidadã e realizar o II Encontro de Conhecimentos Livres do Lagamar.

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Sede do Instituto Legado na cidade de Curitiba. © Acervo PdC

Conheça o projeto "M'Bya Teko Jexauka - Divulgando a Cultura Guarani M'Bya"

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Expansão e continuidade

Em 2022, celebramos a sexta edição da Festa do Fandango Caiçara de Cananeia. Promovemos a vivência “Encontros Estacionais com Mestre Lumumba – Cantos Étnicos e Construção e Toque de Tambores Afro-ameríndios” e a oficina “Ritmos Afro-brasileiros”. Lançamos a primeira edição do programa “Gestar – Programa de Incubação e Aceleração Social”, que apoiou pessoas, coletivos, organizações e negócios comunitários buscando contribuir para a sua sustentabilidade e, por consequência, para expansão da sua capacidade de gerar impacto social nas áreas da cultura, educação, meio ambiente e turismo.

Em 2023, realizamos a segunda edição do Festival Lagamar – Conexões Afro-ameríndias Litoral Sul, e iniciamos o projeto “Instalação de sistemas de tratamento sustentável de esgoto (TEvap)” na cidade de Ilha Comprida, com apoio do Fundo Estadual dos Recursos Hídricos (FEHIDRO). Também participamos da Teia Digital SP e, em 2024, da equipe de mobilização do “Encontro Estadual 20 Anos Cultura Viva Paulista”.

Encontros com Mestre Lumumba. © Acervo PdC

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Participantes do curso de formação "Agente de Desenvlvolvimento Sustentável". © Maurício Velloso

Amanheceeeeee...

Nossa história continua a ser escrita. Em 2024, aprovamos a publicação impressa do livro “Amanhece! Patrimônio, Memória e História do Fandango Caiçara em Cananeia e a circulação da exposição “Lembranças de um Fandango Caiçara em diversas cidades de São Paulo, ambos com apoio do ProAC/SP.

Atualmente, integramos o conselho deliberativo da Reserva Extrativista do Mandira. Colaboramos com o coletivo Articulação de Povos e Comunidades Tradicionais da Ilha do Cardoso, composta por representantes das comunidades tradicionais e aldeias indígenas que vivem no Parque Estadual da Ilha do Cardoso.

E assim, continuamos a trilhar o caminho do desenvolvimento sustentável, honrando as raízes e as riquezas dos Povos da Mata Atlântica.

Fandango Caiçara: patrimônio cultural brasileiro

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