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Katendê

VIVEIRO DE MUDAS NATIVAS DA MATA ATLÂNTICA

A demanda de mudas nativas para recuperação de áreas desmatadas ou para a criação ou manutenção de sistemas agroflorestais no bioma de Mata Atlântica é real e crescente. Sabendo disso, começamos a desenhar um projeto experimental e vemos nele um potencial de transformação para negócio social.

O projeto nasceu em 2019, após a realização do curso de Viveirista promovido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR), na Comunidade Caiçara do Boqueirão Sul, município de Ilha Comprida, litoral sul de São Paulo. O principal objetivo deste projeto é o de produzir e doar mudas nativas para comunidades tradicionais caiçaras, quilombolas, caboclas e povos indígenas que vivem no território da Mata Atlântica Paulista, como já fazemos, por exemplo, com o Instituto Omo Aiyê. Atualmente, o território conta com mais de 5 mil pés da palmeira juçara, entre outras espécies nativas.

Ao todo, já doamos por volta de 500 (quinhentas) mudas da jussara, as quais foram produzidas no viveiro instalado na sede do Ponto de Cultura Povos da Mata Atlântica, localizado na cidade de Ilha Comprida (SP), a partir de sementes doadas pelos caiçaras que mantém o sistema agroflorestal do Sítio Bela Vista, na cidade de Cananeia (SP). Com base neste pequeno arranjo produtivo colaborativo, também iniciamos estudos para fomentar a geração de renda por meio do uso sustentável desta que é uma das espécies mais ameaçadas de extinção da Mata Atlântica. Atualmente, já se produzem alguns produtos artesanais, como por exemplo, polpa in natura, geléia e cerveja de juçara.

Ainda que seja um processo experimental e nossas estruturas físicas relativamente pequenas, temos a meta de produzir e doar 100 (cem) mil mudas nos próximos 10 (dez) anos. Paralelamente, os viveiros instalados nas cidades de Ilha Comprida (SP) e São Luiz do Paraitinga (SP) também terão a finalidade educativa ao atender aproximadamente 2.000 (dois) mil estudantes das redes públicas locais, bem como, 1.000 (mil) estudantes da rede privada por meio de agências especializadas em turismo pedagógico que desenvolvem roteiros na região.

Acreditamos que os resultados desse trabalho terão impactos na expansão dos sistemas agroflorestais, fortalecimento da cadeia de produtos da palmeira juçara, bem como na recuperação e conservação dos recursos naturais, hídricos e da agrobiodiversidade.

Finalmente, com o passar do tempo acreditamos que será possível escalar de um projeto experimental para um negócio social sustentável que terá como objetivos principais fornecer mudas nativas para a continuidade e ampliação do modelo ora proposto.